INTERFACEFLOR - Sustentabilidade & Negócios
Conheça casos como o da InterfaceFLOR, a multinacional que quer zerar o seu impacto no meio ambiente até 2020
A norte-americana InterfaceFLOR, maior fabricante de carpetes modulares do mundo, inseriu a sustentabilidade em seu negócio e tornou-se ainda mais competitiva. Em 14 anos, a empresa fundada por Ray Anderson economizou mais de US$ 300 milhões – ou quase 40% de seu faturamento em 2007 – com a redução, na companhia, de 60% nas emissões de gases causadores do efeito estufa, 68% do consumo de energia, 80% do consumo de água em suas instalações nos Estados Unidos e 95% do consumo de água na fábrica no Canadá – e investiu na reciclagem total dos seus produtos.
A InterfaceFLOR, fundada em 1973 por Ray Anderson, com sede em Atlanta, foi uma das pioneiras em carpetes modulares nos Estados Unidos. A companhia conta com 5.600 funcionários, está presente em mais de 100 países, tem oito fábricas em quatro continentes e duas em construção (Uruguai e China). Em 2007, faturou US$ 1,1 bilhão, 14,1% a mais do que em 2006. Nos primeiros 21 anos de existência, a organização fazia negócios da forma tradicional, não se preocupando por ser uma empresa de uso intensivo de recursos naturais, dependente basicamente do petróleo como matéria-prima. Em 1994, Anderson leu dois livros que mudaram a sua forma de pensar: “The Ecology of Commerce”, de Paul Hawken, e “Ishmael”, de Daniel Quinn. Ali começou a jornada da multinacional para se tornar resíduo-zero até 2020.
Principais Ações
Para buscar a sustentabilidade, a empresa deu os seguintes passos:
- Antes de tomar qualquer atitude, a InterfaceFLOR fez um diagnóstico de quanto tirava do meio ambiente, como utiliza os recursos e quanto descartava, e chegou à conclusão que os desperdícios representavam 10% do seu faturamento.
- A InterfaceFLOR resolveu trabalhar com sustentabilidade em todo o ciclo de produção, ou seja, na concepção, fabricação, distribuição, instalação e recuperação dos carpetes.
- A companhia, que foi a primeira companhia norte-americana a utilizar como ferramenta o The Natural Step, quer zerar o seu impacto no meio ambiente até 2020. Para isso, desenvolveu sete frentes de atuação que podem ser mensuradas. São elas: eliminação de desperdícios, eliminação de emissões de substâncias tóxicas, energia renovável, reciclagem total, transporte eficiente com foco no uso de recursos, sensibilização dos stakeholders e criação de um modelo de negócios que demonstra o valor do comércio sustentável.
- A InterfaceFLOR encarou a sustentabilidade como uma oportunidade de negócios. Além de economizar com água, energia e eliminação de emissões, a organização ganha dinheiro com a reciclagem e a criação de matéria-prima e novas linhas de produtos.
- Um Departamento de Diversidade foi criado para favorecer a inclusão de minorias (mulheres, negros, deficientes, veteranos, etc) nos negócios. Todos os funcionários também recebem treinamento que foca no autoconhecimento e na utilização dos talentos de cada um.
Benefícios
- Para a corporação, a sustentabilidade como centro do negócio possibilitou uma economia de mais de US$ 300 milhões em 14 anos e o surgimento de novas oportunidades com a reciclagem e criação de novas linhas de produtos. O Entropy hoje é o artigo carro-chefe da empresa. A InterfaceFLOR também ganhou reputação, conseguindo conquistar mais clientes e melhores empregados e fornecedores;
- Para os funcionários, a InterfaceFLOR oferece a oportunidade de utilizar a criatividade em processos sutentáveis e trabalhar em uma empresa que vem ganhando prêmios de reconhecimento, estimulando a auto-estima. A rotatividade na companhia é de 5,6%, contra 30% da média de mercado;
- Para os fornecedores, há a possibilidade de formar parcerias em práticas sustentáveis e obter um ganho tanto nos negócios como em reputação;
Para o meio ambiente, houve reduções drásticas no uso de água, energia e nas emissões de substâncias tóxicas. A reciclagem e a criação de produtos que já levam no seu DNA a reutilização futura evitam o desperdício de recursos e o aumento do lixo nos aterros;
- Para a sociedade, a redução da utilização de recursos e do lixo nos aterros é uma questão de sobrevivência. Exemplos como o da InterfaceFLOR mostram que é possível ser uma empresa lucrativa adotando práticas sustentáveis.
Fonte: Planeta Sustentável
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